Euphorbiaceae

Senefeldera verticillata (Vell.) Croizat

LC

EOO:

847.169,767 Km2

AOO:

544,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Cordeiro et al., 2018), com ocorrência nos estados: Alagoas (Oliveira UFP35788), Bahia (Ramos et al. 357), Pernambuco (Ferraz et al. 774), Espírito Santo (Kollmann e.Magnago 11621), Minas Gerais (Morais 2571), Rio de Janeiro (Oliveira 682), São Paulo (Leitão Filho 1058).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2019
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Patricia da Rosa
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 15 m, endêmica do Brasil (Cordeiro et al., 2018). Popularmente conhecida por osso-de-burro, sucanga, e pau-marfim, entre outros, foi coletada em Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial) associada a Mata Atlântica e a Caatinga nos estados de Alagoas, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Apresenta distribuição ampla, EOO=710990 km², diversos registros depositados em coleções biológicas, inclusive com coletas realizadas recentemente, e ocorrência confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral. A espécie ocorre de forma frequente na maior parte das localidades em que foi registrada. A madeira é utilizada como lenha e carvão para gerar energia (Bonnet e Curcio, 2015; Lorenzi, 2009), e a árvore utilizada em reflorestamentos e projetos de restauração de ambientes degradados (Vieira et al., 2016; Pires et al. 2013). Entretanto, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros. Assim, S. verticiliata foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza.

Último avistamento: 2016
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido
Razão para reavaliação? New information
Justificativa para reavaliação:

A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (BGCI e IUCN, 2019). O BP-RLA reavaliou a espécie, mediante novas informações disponibilizadas pelos especialistas e novas avaliações referentes à distribuição.

Houve mudança de categoria: Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: J. Wash. Acad. Sci. 33: 18. 1943. Popularmente conhecida por osso de burro (Rio de Janeiro) e sucanga (Espírito Santo) e por pau marfim (Bahia) e marfim verdadeiro (Alagoas) (Cordeiro et al., 2018). De acordo com especialista botânico a espécie: 1 - apresenta uso (madeira, frutos, paisagismo, etc). R.: Sim. A madeira é utilizada como lenha e carvão para gerar energia (Lorenzi 2009, Bonnet & Curcio 2015), árvore utilizada em reflorestamento e restauração de ambientes degradados (Hencker et al. 2012, Pires et al. 2013, Vieira et al. 2016).; 2 - ocorre em Unidades de Conservação. R.: Sim. Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), Estação Ecológica Estadual do Paraíso, Centro de Primatologia, Reserva Biológica Poço das Antas, Parque Natural municipal do Curió (Curio MNP), Parque da Cidade Gávea, Parque Estadual da Pedra Branca, Parque Estadual Serra da Tiririca, Reserva Biológica União, Reserva Biológica do Tinguá, Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba, Área de Proteção Ambiental Pedra do Elefante, Reserva Particular do Patrimônio Natural Itacaré, Reserva Florestal de Linhares, Reserva Natural Vale do Rio Doce, Floresta Nacional de Pacotuba (FLONA de Pacotuba), Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Cafundó (RPPN Cafundó), Parque Estadual do Rio Doce, Reserva biológica de Sooretama, Parque Nacional e Histórico Monte Pascoal, RPPN Fazenda Água Branca, Reserva Biológica Gregório Bondar, RPPN Estação Veracruz, Parque Municipal Natural Sombra daTarde.; 3 - apresenta registros recentes, entre 2010-2018. R.: Sim; 4 - é uma espécie com distribuição ampla. R.: Não. Restrita a Mata Atlântica.; 5 - possui amplitude de habitat. R.: Sim. ; 6 - possui especificidade de habitat. R.: Sim. ; 7 - apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional. R.: Sim; 8 - em relação a frequência dos indivíduos na população. R.: Frequente; 9 - apresenta ameaças incidentes sobre suas populações. R.: Sim. No PARNASO, no Vale do Garrafão, em Guapimirim, foi observada a degradação do habitat em que a espécie ocorre, através de uma acentuada e extensa erosão do solo provocada, há pouco tempo atrás, por práticas irregulares de corridas de bicicletas e motos. Atualmente, o local encontra-se bloqueado para estas práticas, no entanto, continua sendo muito acessado por turistas que buscam atividades de recreação e esportes nas cachoeiras da área. Há também pressão antrópica causada por moradias construídas no local e ao entorno e caças de animais (Sabrina Queiroz de Farias, com. pess. 12/11/2018).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: A madeira é utilizada como lenha e carvão para gerar energia (Lorenzi 2009, Bonnet & Curcio 2015), árvore utilizada em reflorestamento e restauração de ambientes degradados (Pires et al. 2013, Vieira et al. 2016).

População:

Tamanho: circa 4046
Detalhes: Em relação a frequência dos indivíduos na população, a espécie é considerada frequente (Sabrina Queiroz de Farias, com. pess. 12/11/2018). A espécie apresenta dados quantitativos sobre o tamanho populacional, cerca de 4.046 indivíduos em levantamentos fitossociológicos e /ou florísticos (Sabrina Queiroz de Farias, com. pess. 12/11/2018, baseada em bibliografia em anexo).
Referências:
  1. ABREU, K. M.; Silva, G. F.; Silva A. G. 2013. Análise Fitossociológica da Floresta Nacional de Pacotuba, Cachoeiro ee Itapemirim, Es – Brasil. Cerne 19 (1): 157-168.
  2. CERQUEIRA, R. M. 2011. Padrões de variação da diversidade alfa na Floresta Pluvial Atlântica brasileira. Tese de Doutorado (Biologia Vegetal), Universidade Estadual de Campinas.102 p.
  3. ABREU, K. M. P; Braga, J. M. A.; Nascimento, M. T. 2014. Diversidade de espécies arbóreas em fragmentos de floresta semidecidual de terras baixas costeiras no Norte do Estado do Rio de Janeiro. Biosci. J., Uberlândia 30 (5): 1529-1550.
  4. MACEDO, G. E. L. 2007. Composição florística e estrutura do componente arbóreo- lianescente de um trecho de floresta estacional semidecidual no município de Jequié, Bahia, Brasil. Tese de Doutorado (Botânica), Universidade Federal Rural de Pernambuco, 80 p.
  5. CYSNEIROS, V. C.; Junior, J. O. M.; Gaui, T. D.; Braz, D. M. 2015. Diversity, community structure and conservation status of an Atlantic Forest fragment in Rio de Janeiro State, Brazil. Biota Neotropica 15(2): 1–15.
  6. HENCKER, C.; Assis, A. M.; Lírio, E. J. 2012. Fitossociologia de um trecho de floresta estacional semidecidual no município de Itarana (ES) Natureza on line 10 (3): 153-159.
  7. KURTZ, B. C.; Araújo, D. S. D. 2000. Composição florística e estrutura do componente arbóreo de um trecho de Mata Atlântica na Estação Ecológica Estadual do Paraíso, Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguesia 51(78/115): 69-112. JUNIOR, V. B. S.; Zani, L. B.; Gomes, J. M. L.; Thomaz, L. D. 201
  8. JUNIOR, V. B. S.; Zani, L. B.; Gomes, J. M. L.; Thomaz, L. D. 2014. Estrutura e composição florística de um trecho de Mata Atlântica com Caesalpinia echinata Lam. (Pau Brasil) Bol. Mus. Biol. Mello Leitão 34: 39-62
  9. MATOS, F. A . R. 2012. Gradiente e diversidade numa floresta Atlântica primária do sul da Bahia. Dissertação de Mestrado (Botânica). Universidade Federal de viçosa.50 p.
  10. FREIRE, J. M. 2010. Fitossociologia e estrutura do componente arbóreo de um remanescente de floresta urbana no Maciço da Pedra Branca, Rio de Janeiro – RJ. Tese de Doutorado, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 129 p.
  11. MOREIRA, L. N. 2009. Fitossociologia em ambiente de borda de fragmento de Floresta Estacional Semidecidual. Dissertação de Mestrado (Produção vegetal), Universidade Federal do Espírito Santo, 116 p.
  12. GUILHERME, C. S.; Nascimento, M. T. 2001. Fitossociologia de um remanescente de mata sobre tabuleiros no norte do estado do Rio de Janeiro (Mata do Carvão).Revta brasil. Bot. 24 (1): 51-62.
  13. FRANÇA, G. S.; Stehmann, J. R. 2013. Florística e estrutura do componente arbóreo de remanescentes de Mata Atlântica do médio rio Doce, Minas Gerais, Brasil. Rodriguésia 64(3): 607-624.
  14. ALESSANDRO, P. 2006. Florística e fitossociologia de um trecho de floresta ombrófila densa das terras baixas na reserva biológica de Sooretama, Linhares-ES. Tese de Doutorado (Ecologia), Universidade Federal de São Carlos, 85 p.
  15. FARIA, M. J. B. 2005. Florística e estrutura de um trecho da borda de um Fragmento de Mata Atlântica no Médio Vale do Rio Paraíba do Sul, nos municípios de Volta Redonda e Barra Mansa - RJ. Dissertação de Mestrado (Conservação da natureza), Universidade Federal Rural do rio de Janeiro. 41 p.
  16. PROGRAMA DE PESQUISAS ECOLÓGICAS DE LONGA DURAÇÃO – PELD/CNPq. 2008. Mata Atlântica e Sistema Lacustre do médio Rio Doce – MG. Relatório Técnico-Científico das atividades de 2007.
  17. SOLÁRZANO, A.; Guedes-Bruni, R. R.; Oliveira, R. R. 2007. Composição florística e estrutura de dois trechos de Floresta Ombrófila Densa submontana, no Parque Estadual da Pedra Branca, RJ. Revista Brasileira de Biociências 5(2): 609-611

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane Forest
Detalhes: Árvores de 10-15 m de altura, ocorrendo nos domínios da Mata Atlântica (Cordeiro et al., 2018).
Referências:
  1. Cordeiro, I.; Esser, H.; Pscheidt, A.C. Senefeldera in Flora do Brasil 2020 under construction. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Available at: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB17685>. Accessed on: 15 Dec. 2018

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3 Logging & wood harvesting habitat past,present,future national very high
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional very high
No PARNASO, no Vale do Garrafão, em Guapimirim, foi observada a degradação do habitat em que a espécie ocorre, através de uma acentuada e extensa erosão do solo provocada, há pouco tempo atrás, por práticas irregulares de corridas de bicicletas e motos. Atualmente, o local encontra-se bloqueado para estas práticas, no entanto, continua sendo muito acessado por turistas que buscam atividades de recreação e esportes nas cachoeiras da área. Há também pressão antrópica causada por moradias construídas no local e ao entorno e caças de animais (Sabrina Queiroz de Farias, com. pess. 12/11/2018).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), Estação Ecológica Estadual do Paraíso, Centro de Primatologia, Reserva Biológica Poço das Antas, Parque Natural municipal do Curió (Curio MNP), Parque da Cidade Gávea, Parque Estadual da Pedra Branca, Parque Estadual Serra da Tiririca, Reserva Biológica União, Reserva Biológica do Tinguá, Estação Ecológica Estadual de Guaxindiba, Área de Proteção Ambiental Pedra do Elefante, Reserva Particular do Patrimônio Natural Itacaré, Reserva Florestal de Linhares, Reserva Natural Vale do Rio Doce, Floresta Nacional de Pacotuba (FLONA de Pacotuba), Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Cafundó (RPPN Cafundó), Parque Estadual do Rio Doce, Reserva biológica de Sooretama, Parque Nacional e Histórico Monte Pascoal, RPPN Fazenda Água Branca, Reserva Biológica Gregório Bondar, RPPN Estação Veracruz, Parque Municipal Natural Sombra daTarde.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro (Pougy et al., 2018).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Fernandez, E., Loyola, R., Silveira-Filho, T.B., Martinelli, G. (Orgs.), 2018. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora endêmica ameaçada de extinção do estado do Rio de Janeiro. Secretaria de Estado do Ambiente -SEA : Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 80 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie foi avaliada como "Menos preocupante" (LC) na lista vermelha da IUCN (BGCI e IUCN, 2019).
Referências:
  1. Botanic Gardens Conservation International (BGCI), IUCN SSC Global Tree Specialist Group 2019. Senefeldera verticillata. The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T145680819A145680821. http://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2019-2.RLTS.T145680819A145680821.en .(Acesso em 17 de setembro de 2019).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
7. Fuel natural stalk
A madeira é utilizada como lenha e carvão para gerar energia (Tropical Plants Database, 2018)
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2018. Ken Fern. http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Senefeldera+verticillata. (acesso em 12 de novembro 2018).
Uso Proveniência Recurso
16. Other cultivated whole plant
A árvore é utilizada em reflorestamento e restauração de ambientes degradados (Tropical Plants Database, 2018).
Referências:
  1. Tropical Plants Database, 2018. Ken Fern. http://tropical.theferns.info/viewtropical.php?id=Senefeldera+verticillata. (acesso em 12 de novembro 2018).